domingo, abril 06, 2008

Tour em Niterói

Ontem, 05/04/2008 (sábado), fiz, juntamente com a Marc Apoio, um tour em Niterói.

Pesquisando sobre o município, achei um texto muito interessante que fala sobre cariocas e niteroienses. Resolvi dividir com meus colegas e entreguei o texto a todos que me acompanharam no tour. Aqui o transcrevo (é um pouco grande, mas que vale a pena ler):

ALMAS GÊMEAS

Cidades têm alma? Se têm, seguramente o Rio e Niterói são almas gêmeas.

Niteroienses e cariocas se interligam irmanados em torno da mais linda baía do mundo. Esse paraíso na terra tem seus caprichosos contornos desenhados do lado de cá e do lado de lá do mar: verdes de vegetação – que queremos sempre verdes – debruçados sobre o azul do mar, que às vezes se transfiguram em verdes claros ou escuros, na ondulação que reflete um céu como não há outro no mundo; céu coalhado de estrelas, como se a Via Láctea, com o Cruzeiro do Sul dependurado em seu seio luminoso, não encontrasse espelho melhor para se mirar. E mesmo os paredões de arranha-céus se humanizam – Icaraí de uma lado, Copacabana de outro -, com curvaturas sinuosas ajudando a formar o cartão postal perene e grandioso, que encanta os turistas do mundo todo e do próprio Brasil.

Independentemente de fusões e desfusões, essas almas citadinas sempre foram interligadas, durante séculos, quando o Rio exibia orgulhoso a condição de capital do país e Niterói ostentava, igualmente com orgulho, seu status de capital do Estado do Rio.

Lembremo-nos de que, há muitos séculos, as águas então límpidas da Baía de Guanabara eram singradas pelos barcos velozes de altivos e corajosos guerreiros, como Araribóia, esse filho de Maracajá-Guaçu e cacique da tribo dos Temiminós, que se bateu por toda a terra, sua terra, independente dos lados de cá e de lá.

A ponte somente aproximou fisicamente esses dois lugares, cujas almas de cidade sempre estiveram em simbiose. Ir trabalhar no Rio, para os fluminenses, sempre foi habitual; veranear em Niterói, uma dádiva para os cariocas.

Os corações das duas cidades sempre estiveram ligados por veias e artérias, das quais a ponte é apenas mais uma, talvez a que tenha levado para o outro lado, ainda bem provinciano, a contaminação das mazelas urbanas da cidade maior e cosmopolita, que o Rio sempre foi.

Outras ligações, mais lentas e românticas, são as barcas, hoje também aceleradas com as versões de aerobarcos e catamarãs. Geniais meios de transporte, as barcas sempre foram mirantes móveis e privilegiados. Atravessar a baía, mesmo rumo a um trabalho estafante sempre garantiu aos passageiros o bálsamo de uma viagem tranqüila, que acalma os espíritos mais preocupados, as mentes mais estressadas. Antigamente, meia hora, vinte minutos, hoje em tempo mais reduzido nos barcos mais rápidos – não importa: o remédio benfazejo é o mesmo.

Almas gêmeas de duas cidades muito belas, com tanta afinidade que até as piadas, de parte a parte, mal escondem o carinho trocado entre cariocas e “papa-goiabas”.

Oxalá haja sempre, e cada vez mais, cidades que possam viver assim, como almas gêmeas. Gêmeas porém diferentes, com respeito à riqueza de diversidade.

Longe de serem alienados – ignorando suas mazelas político-sociais, econômicas e a realidade cruel da miséria e da violência – niteroienses e cariocas têm a plena consciência do que são e do que almejam, e também do que desejam para suas maravilhosas cidades.

Niteroienses por nascimento ou, como eu, por adoção voluntária e a cada dia mais gostosamente reafirmada, são apaixonados por sua cidade. E sorriem, maravilhados, ao ver em Niterói tantos cariocas e toda uma brasileirada de outros Estados. Sorriem hospitaleiramente – até porque cada niteroisense é a manifestação viva, real, concreta, incontestável do carinhoso apelido pelo qual nossa cidade é conhecida: Cidade Sorriso.
Autor: J.Carino (Fonte: www.almacarioca.com.br/niteroi)

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